13/08/2011

Song Song and the Little Cat



Imagem: site Uol Cinema


O curta metragem do cineasta John Woo Song Song and the Little Cat faz parte de 8 curtas realizados à pedido da UNICEF. Os curtas foram compilados no filme intitulado Crianças Invisíveis.O longa traz uma ótica sobre a vida de diferentes crianças ao redor do mundo.

Song Song and the Little Cat apresenta o paradoxo vivido entre uma garotinha pobre (Cat) que sonha em ir para a escola e uma rica (Song Song) que vive triste com a partida de seu pai. A ponte entre os conflitos das personagens é uma boneca, que ajuda a conduzir a história.


Imagem: site Omelete


A beleza do filme não esta apenas no enredo e sim nos enquadramentos onde os close-up's e planos fechados, conseguem transmitir os sentimenos das personagens. A iluminação e a textura são elementos realistas misturados a uma bela cenografia. A trilha sonora se faz atriz, sendo utilizada como composição de sentimentos. Os atores são fantásticos, principalmente as crianças. A maquiagem e alguns diálogos falham em determinados momentos, porém não é um grande problema ao analisar o conjunto da obra.

O diretor chinês famoso por seus filmes violentos, consegue mostrar um drama infantil sem parecer artificial. O curta pode ser considerado um dos melhores dentre os presentes no longa Crianças Invisíveis.

A Hora da Estrela

Imagen: site Adoro Cinema

O longa metragem de 1985, A Hora da Estrela narra os acontecimentos na vida de Macabéa uma nordestina e semi-analfabeta que trabalha como datilografa. O filme é uma adaptação do livro de Clarice Lispector.

Imagen: site Adoro Cinema

A vida de Macabéa é simples, ela se interessa pelas coisas que ouve no rádio, ele é sua maior fonte de saber. A nordestina interpretada pela então estreante no cinema, Marcélia Cartaxo se resume em Macabéa, moça de 19 anos, virgem e que gosta de coca-cola.

Uma reviravolta acontece em seu universo, quando conhece Olímpico de Jesus um metalúrgico que virá a ser seu namorado.A adaptação capta a essência da personagem Macabéa. A tristeza e solidão da datilografa é explorada com delicadeza. A diretora Suzana Amaral afirmou em entrevistas que Macabéa seria, na época do filme, o retrato de uma nação. A jornada da personagem remete aos longas Noites de Cabíria e O Casamento de Muriel.


Imagen: site Adoro Cinema


Marcélia Cartaxo foi escolhida para dar vida à protagonista por possuir a inocência que a diretora buscava. Diferente das atrizes já acostumadas ao cinema, Marcélia Cartaxo transmitia naturalidade. Sua atuação lhe rendeu o urso de prata na categoria melhor atriz no festival de Berlim. A Hora da Estrela arrecadou 9 prêmios ao redor do mundo.


Imagen: site Adoro Cinema


12/08/2011

Sede de Sangue

Imagen: site Focus Features


O filme Sede de Sangue do diretor coreano Chan-wook Park, responsável pelo sucesso Old Boy, apresenta a história de um padre que se torna vampiro depois de ser submetido a uma transfusão de sangue. Sede de Sangue é a primeira co-produção entre Coréia e Hollywood.

Song Kang-ho interpreta um padre que precisa lutar contra seus desejos humanos. Ao se transformar em vampiro seus instintos animalescos afloram de maneira mais intensa. O padre acaba se apaixonando por uma amiga de infância não tão inocente quanto parece.

Imagen: site Focus Features

As atuações de Song Kang-ho e Kim Ok-vin são insinuantes e transbordam sensualidade. O personagem vamipiro é humanizado durante a narrativa. Kom oK-vin, realiza uma grande transformação em sua personagem, é interessante perceber as suas fases no longa.

Imagen: site Focus Features

Sede de Sangue possui grandes cenas. Todas construídas de forma artística. Os planos apresentam na tela a poesia sensual de Chan-wook Park. A fotografia compõe o ar sombrio e gélido da trama. Cores frias e contrastes são explorados neste filme. A câmera realiza caminhos maravilhosos em tomadas que fogem do padrão e introduzem a já conhecida estética do diretor de Old Boy.

O longa flutua entre o gênero do terror e romance possuindo pitadas de humor negro. Não é um filme que decepciona. Nesta onda de vampirismo que retorna ao cinema, Sede de Sangue é uma ótima narrativa.

Imagen: site Focus Features


Site do filme

História Trágica com Final Feliz

Imagen: site da produtora Ciclope Filmes


Regina Pessoa, na divulgação de seu curta de animação, História Trágica com Final Feliz, afirma que gosta de contar histórias simples sobre pessoas que conheceu. Pessoas que tiveram vidas anônimas ou ignoradas que passaram despercebidas por este mundo e rapidamente foram esquecidas.

O curta de animação português traz a história de uma garota cujo coração bate tão alto que incomoda toda a vizinhança, a personagem diz ser um pássaro preso em um corpo humano.


Imagen: site da produtora Ciclope Filmes


A animação encanta pelas técnicas utilizadas, o desenho realizado com carvão e colagem de gravuras. A fotografia lembra desenhos esculpidos em gesso, técnica já utilizada por Regina Pessoa em outra animação, A Noite.

O trabalho de som neste curta é peça chave para a história, a trilha foi amarrada junto com as batidas do coração da personagem principal. O desenho de som cria a atmosfera ideal para a narrativa.


Imagen: site da produtora Ciclope Filmes


A sensação de profundidade é bem explorada, os planos interagem o telespectador com o espaço físico. Apesar de feita com desenhos de carvão, é criativamente construída a noção de perspectiva no espaço diegético.O Traço possuí a marca de Regina, olhos grandes e contornos fortes.

O claro e o escuro ajudam a compor a solidão da menina, que se sente presa ao corpo humano. Temas como solidão e liberdade são centrais neste curta. História Trágica com Final Feliz é uma bela animação premiada ao redor do mundo.


Imagen: site da produtora Ciclope Filmes





10/08/2011

Camino - Um Caminho de Luz



O longa metragem espanhol Camino, dirigido por Javier Fesser, conta a história de uma menina de 11 anos, cujo nome dá titulo ao filme. Criada dentro dos preceitos da Opus Dei, Camino luta contra um tumor maligno, vive o primeiro amor e tenta escapar do fanatismo religioso de sua mãe.

O filme é baseado em fatos reais, o que multiplica o peso da história. O diretor retrata um lado da cultura espanhola tradicionalista e fervorosa no quesito religião. Fesser, afima que o filme é uma homenagem à Alexia González-Barros a verdadeira Camino.


A narrativa vai acontecendo em misto de sonhos e realidade, é cheia de drásticas-reviravoltas. Uma espécie de conto de fadas dramático. Camino é a maior sofredora de toda esta história. A montagem do filme é uma aliada aos momentos dos sonhos que tornam-se pesadelos.Todas estas cenas foram muito bem construídas.

As atuações das atrizes mirins são perfeitas, Nerea Camacho é a grande descoberta do cinema espanhol, arrebatou o merecido prêmio Goya graças a este filme. Um pouco de técnica foi o que faltou para o ator Lucas Manzano, interprete do personagem Cuco. Talvez a escolha de um ator melhor familiarizado com câmeras fosse mais adequado.


A trilha sonora envolve o mundo de Camino, possui gradações psicológicas. Em alguns momentos a música retoma o universo lúdico, em outros ela cresce e devasta o telespectador. A cena final não seria tão boa sem a sacada da caixinha de música.

O longa de Fesser abusa dos efeitos especiais. Estes são bem atraentes para o cinema espanhol. Não merecendo ser comparado com o cinema americano.


Foto: site oficial

Camino possuí alguns problemas de repetições dentro da narrativa, mas isto não apaga a grandeza deste filme. Ousado ele mostra que um longa pode ser conto de fadas, drama e possuir muitos efeitos especiais. Mas ainda assim pode apresentar uma história com conteúdo que possa gerar momentos de reflexão.

Trailer no site oficial do filme