O longa metragem espanhol Camino, dirigido por Javier Fesser, conta a história de uma menina de 11 anos, cujo nome dá titulo ao filme. Criada dentro dos preceitos da Opus Dei, Camino luta contra um tumor maligno, vive o primeiro amor e tenta escapar do fanatismo religioso de sua mãe.
O filme é baseado em fatos reais, o que multiplica o peso da história. O diretor retrata um lado da cultura espanhola tradicionalista e fervorosa no quesito religião. Fesser, afima que o filme é uma homenagem à Alexia González-Barros a verdadeira Camino.
A narrativa vai acontecendo em misto de sonhos e realidade, é cheia de drásticas-reviravoltas. Uma espécie de conto de fadas dramático. Camino é a maior sofredora de toda esta história. A montagem do filme é uma aliada aos momentos dos sonhos que tornam-se pesadelos.Todas estas cenas foram muito bem construídas.
As atuações das atrizes mirins são perfeitas, Nerea Camacho é a grande descoberta do cinema espanhol, arrebatou o merecido prêmio Goya graças a este filme. Um pouco de técnica foi o que faltou para o ator Lucas Manzano, interprete do personagem Cuco. Talvez a escolha de um ator melhor familiarizado com câmeras fosse mais adequado.
A trilha sonora envolve o mundo de Camino, possui gradações psicológicas. Em alguns momentos a música retoma o universo lúdico, em outros ela cresce e devasta o telespectador. A cena final não seria tão boa sem a sacada da caixinha de música.
O longa de Fesser abusa dos efeitos especiais. Estes são bem atraentes para o cinema espanhol. Não merecendo ser comparado com o cinema americano.
Foto: site oficial
Camino possuí alguns problemas de repetições dentro da narrativa, mas isto não apaga a grandeza deste filme. Ousado ele mostra que um longa pode ser conto de fadas, drama e possuir muitos efeitos especiais. Mas ainda assim pode apresentar uma história com conteúdo que possa gerar momentos de reflexão.
Trailer no site oficial do filme
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