29/06/2012

Motoqueiro Fantasma - Espírito de Vingança

Imagem do site Omelete. Acesso em 29 jun. 2012.
Na falta de tempo hábil para discorrer sobre um filme melhor, sinto-me tentado a criticar a continuação (ou seria reinício?) da série Motoqueiro Fantasma, com Nicolas Cage interpretando Johnny Blaze. Parecendo abandonar a história apresentada no primeiro filme (utilizando animações para recontar o "início de tudo" narrado pelo próprio Cage), neste acompanhamos o personagem se escondendo na Europa Oriental até ser encontrado por um guardião(?) chamado Moreau (Idris Elba) que está tentando evitar que o Diabo (Ciarán Hinds) se aposse do corpo de um menino, que até então era mantido num monastério juntamente com a mãe até o local ser atacado e ambos partem em fuga. Blaze então, na promessa de que sua "maldição" possa ser curada, vai atrás do garoto para protegê-lo e levá-lo a um lugar seguro. 

Desse ponto em diante o filme se arrasta e não há cenas impactantes, salvo algumas sequências de perseguição em estrada onde os diretores optaram por fazer em ângulos baixos, mas há muitos diálogos furados e muitas tentativas falhas de se criar frases de efeito, lembrando aqueles telefilmes de ação clichês em que sempre há um traficante de armas, uma mulher que já fora bandida e aqueles pontos cansativos na história em que mal o herói faz o resgate, momentos depois ele já tem que resgatar novamente. O vilão secundário parecia promissor, mas assim como Moreau, é totalmente mal aproveitado ou inverossímil o bastante.

Imagem do site Omelete. Acesso em 29 jun. 2012
Apesar de todo o treinamento que Nicolas Cage fez para a produção, incluindo até mesmo se vestir de mago vodu, o que acaba chamando a atenção mesmo são os novos designs do personagem e da moto, possuindo um aspecto mais carbonizado e perturbador, embora o roteiro e a direção não tenham elevado esses fatores decentemente, deixando as chamas do Motoqueiro em fogo baixo.

Imagem do site Omelete. Acesso em 29 jun. 2012

Arca Russa (Russkiy Kovcheg, 2002)

http://www.buscafilme.com.br/filme/arca-russa/

         Do cineasta russo Alexander Sokurov, a Arca Russa traz um tour pelo Museu de Hermitage contando a história do país, tudo muito bem explorado para demonstrar as relações da Rússia diante da Europa.

http://cinemaeaminhapraia.com.br/2009/09/08/arca-russa-russkij-kovcheg/
        A maneira de demonstrar, por meio de um personagem que vai relatando suas memórias (aqui representado pela visão da câmera), fatos importantes da história do país, dá ao espectador a sensação de percorrer os mesmos corredores, passar pelos grandes salões e vivenciar tudo da maneira que o personagem relata, pois ele se torna nosso olhar diante do contexto, provavelmente por não haver outros personagens “significativos” (aqui dado que ele e o outro personagem – que representa a Europa - são os detentores dos diálogos). Estes mesmos personagens em seus diálogos constroem toda a narrativa do filme, o que o torna sua composição realmente interessante, mas não menos cansativa, pois o filme feito em um plano sequência de 97 minutos torna-se por muitas vezes entediante e angustiante dado que o tour gravado em tomada única sofre nitidamente em sua fotografia, são cenas sem iluminação e com composições que deixam muito a desejar, sofre em sua linha narrativa pela contínua construção de cenários, que muitas vezes se tornam desnecessárias e inúteis, sendo colocados como mero apoio para a  composição final da narrativa.
            Todo o projeto, mesmo que cansativo, não deixa de ser magnífico por toda a estrutura e preparação, tornando sua produção não menos que sublime, mas totalmente ignorada diante da importância dada ao recurso técnico utilizado.

Pocurando Nemo



Procurando Nemo é uma animação lançada em 2003, com direção de Andrew Staton e uma parceria entre os estúdios Disney e Pixar. Ela narra a jornada do peixe Marlim, que tem o filho sequestrado por mergulhadores e corre por todo o mar, enfrentando diversas aventuras e desafios para reencontrar Nemo. Procurando Nemo é um filme sensacional, em diversos aspectos. Seu roteiro é bem construído e estruturado, respeitando os três grandes atos, e com muito desenvolvimento de personagens. Ele conta duas histórias paralelas, a de Nemo e a de Marlin (e Dori), e é um dos pioneiros na temática do mar para longas metragens.

 A direção de arte, fotografia, e as equipes de desing gráfico e animação fazem um excelente trabalho, pesquisando muito para recriar um filme de grande qualidade e, principalmente, apelo emotivo. A história, além de impressionar crianças, também emociona os adultos, pois se identifica com o público através dos arquétipos dos personagens.O desenho de som do filme é impressionante, carregado de muitos sound effects que trabalham com as músicas, transformando os ambientes em reconhecíveis ao público. Um grande filme, que pode ser visto inúmeras vezes, e com diversas leituras.


Murilo Silvestrim

28/06/2012

Sombras da Noite




      O mais novo filme de Tim Burton, Sombras da Noite, conta a história de um rapaz chamado Barnabás, representado por Johnny Depp. Nascido na família Collins, é o filho herdeiro da mansão e do nome que leva a cidade de Collinsport.
      Ao magoar a apaixonada bruxa Angelique Bouchard, representada por Eva Green, a moça o amaldiçoa a tornar-se vampiro e o enterra em um caixão, onde fica trancado por dois séculos, até que consegue libertar-se.
      Voltando para casa, percebe a mansão sendo habitada por parentes Collins, que depois de sua misteriosa "morte", foram gradativamente caminhando em direção à falência. Tendo retornado para casa, faz com que a fortura e reconhecimento do nome retomem seu rumo, até que Angelique descobre e volta e tentar destruí-los novamente.

      Não era o esperado! Por se tratar de um filme com vampiros, bruxas e lobos, o que está na moda ultimamente, espera-se que esta produção trará uma temática incrivelmente inovadora e uma comédia cativante.
      Porém não há nada de novo. Não há nada que prenda a nossa atenção, nenhum personagem que nos faça identificarmos, não há uma interpretação com vida de Johnny no vampiro.
      Uma das únicas questões que se destacam no filme é a direção de arte, com com cores muito bem escolhidas, figurinos e cenários ao estilo de Burton.


Ficha técnica - Dark Shadows



Diretor: Tim Burton
Local: EUA
Produção: Christi Dembrowski, Johnny Depp, David Kennedy, Graham King, Richard D. Zanuck
Distribuidora: Warner Bros.
Ano: 2012
Duração: 113 min.
Som: Sonoro
Cor: Colorido
Largura: 35mm.
Roteiro: Seth Grahame-Smith
Fotografia: Bruno Delbonnel
Trilha sonora: Danny Elfman
Elenco principal: Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Michelle Pfeiffer, Chloë Grace Moretz, Eva Green, Jonny Lee Miller, Gulliver McGrath, Jackie Earle Haley, Bella Heathcote, Christopher Lee
Estúdio: GK Films / Infinitum Nihil / Warner Bros. Pictures / The Sanuck Company / Dan Curtis Productions / Tim Burton Productions
Gênero: Comédia
Classificação: 14 anos.


por Melissa Pinotti


REFERÊNCIAS:


SOMBRAS da noite. Disponível em: <http://londrina.odiario.com/cinema/filme/4466>. Acesso em: 28/06/2012.
SOMBRAS da noite. Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-130298/>. Acesso em: 28/06/2012.
SOMBRAS da noite. Disponível em: <http://www.cinepop.com.br/filmes/sombras-da-noite.php>. Acesso em: 28/06/2012.
SOMBRAS da noite (2012). Disponível em: <http://www.cineclick.com.br/filmes/ficha/nomefilme/sombras-da-noite-2012/id/17937>. Acesso em: 28/06/2012.
SOMBRAS da noite / Dark Shadows. Disponível em: <http://omelete.uol.com.br/dark-shadows/>. Acesso em: 28/06/2012.



Shakespeare Apaixonado






O filme Shakespeare Apaixonado foi lançado em 1999 com direção de John Madden. Narra a trajetória de William Shakespeare (Joseph Fiennes) em um momento de pouco inspiração poética e criatividade. Um dia, ele conhece Viola De Lesseps (Gwyneth Paltrow), e se apaioxana por ela. A partir dai, retoma sua inspiração e vive a época dos teatros de rua e dos grandes escritores de Londres. do final do sec. XVI. Apesar de ser um filme simples, de um diretor pouco conhecido (O Capitão Corelli, 2001, e Killshot Tiro Certeiro, em 2008 são, além de Shakespeare Apaixonado, seus maiores sucessos) Shakespeare Apaixonado é sobretudo um filme que fala de amor, e nisso consiste sua grande beleza. Ele leva o espectador de volta aos tempos de romantismo e lirismo, e, através de seus diálogos longos e cheios de significados, é capaz de emocionar e sensibilizar o público. Falar de amor, hoje em dia, pode parecer clichê, mas são poucos os filmes com poder imersão como os de Shakespeare. Embora apresente todos os elementos simples, eles convergem para a condução da narrativa e funcionam muito bem. Os cenários, figurinos e fotografia se destacam, situando o filme na época, e o deixando muito bonito visualmente.

Murilo Silvestrim







Meia noite em Paris




      A comédia romântica e de fantasia de Woody Allen retrata a história de uma viagem à Paris de Gil e sua noiva Inez, representados por Owen Wilson e Rachel McAdams, respectivamente, juntamente com os pais dela.
      O protagonista é um escritor e roteirista americano que idolatra a capital da França e sonha em, um dia, se tornar um escritor reconhecido.
      Em passeios noturnos pela cidade, Gil percebe que encontrou uma incrível fonte de inspiração para escrever.
      Para as pessoas que foram assistir ao filme pensando que iriam ver uma incrível história, o filme pode se tornar um pouco decepcionante, porém do ponto de vista visual e artístico há um outro ponto de vista.
      Sim, os planos realmente desejam mostrar e transbordar ao expectador a beleza das ruas, calçadas, praças e parques da cidade, expondo todo seu explendor, seja com tempo bom ou com chuva, de dia ou na maravilhosa noite iluminada. Por outro lado, faz referência a diversos artistas, como Gertrude Stein, Cole porter, Luís Buñuel, Ray man, Scott Fitzgerald, Zelda Fitzgerald, Ernest Hemingway, Salvador Dali e Pablo Picasso, cuja participação como personagens enriquece mais ainda o filme, quando à meia-noite, Gil entra em uma carruagem de volta ao passado para vivenciar um pouco do que era a vida dessas personalidades, inspirando-se para sua próxima produção.



Ficha técnica - Midnight in Paris

Diretor: Woody Allen
Local: EUA/ Espanha
Produção: Letty Aronson, Jaume Roures, Stephen Tenenbaum
Distribuidora: Paris Filmes
Ano: 2011
Duração: 100 min
Som: Sonoro
Cor: Colorido
Roteiro: Woody Allen
Fotografia: Darius Khondji
Trilha sonora: Stephane Wrembel
Elenco principal: Owen Wilson, Rachel McAdams, Kurt Fuller, Mimi Kennedy, Marion Cotillard, Michael Sheen, Kathy Bates.
Estúdio: gravier Productions / Mediapro / Televisió de Catalunya (TV3) / Zentropa International Sweden
Gênero: Comédia
Classificação: 12 anos


por: Melissa Pinotti



REFERÊNCIAS:


CRÍTICA de Meia-noite em Paris (Midnight in Paris). Disponível em: <http://wp.clicrbs.com.br/saladecinema/2012/02/24/critica-de-meia-noite-em-paris-midnight-in-paris/?topo=67,2,18,,,67>. Acesso em: 28/06/2012.
MEIA noite em Paris. Direção de Woody Allen. EUA/Espanha: Paris Filmes, 2011. 1 filme (100min), sonoro, legenda, color.
MEIA noite em Paris. Disponível em: <http://capasbr.blogspot.com.br/2011/09/meia-noite-em-paris.html>. Acesso em: 28/06/2012.
MEIA noite em Paris. Disponível em: <http://www.cineclick.com.br/filmes/ficha/nomefilme/meia-noite-em-paris/id/17028>. Acesso em: 28/06/2012.
MEIA noite em Paris. Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-178300/>. Acesso em: 28/06/2012.
MEIA-noite em Paris, por Sônia Machiavelli. Disponível em: <http://www.gcn.net.br/jornal/index.php?codigo=158618&codigo_categoria=203>. Acesso em: 28/06/2012.
RESUMO de argumento para Meia-Noite em Paris. Disponível em: <http://www.imdb.pt/title/tt1605783/plotsummary>. Acesso em: 28/06/2012.


Cavalo de Guerra




Cavalo de Guerra


www.cineclick.com.br
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Após três anos longe das telonas, Steven 
Spielberg inicia o ano lançando dois longas-metragens, As Aventura de Titim e Cavalo de Guerra. O filme Cavalo de Guerra conta a história da amizade entre um garoto (Albert Narracott)  e um cavalo (Jhoe), do início ao fim, foi feito para emocionar. Jhoe é um cavalo de corridas, um puro sangue que não tem características de animais para o serviço pesado, colocado para leilão, é arrematado pelo pai de Albert, com a intenção de usá-lo para o trabalho pesado, Albert acredita no cavalo e o trabalha duro junto com Jhoe para treiná-lo. Falido, o pai do rapaz vende o animal para o exercito, acabava de estourar uma guerra. Os dois amigos só vão se reencontrar novamente no final do longa-metragem. Após a separação dos dois, o diretor mostra os lugares e situações por onde o cavalo passa parecendo vinhetas, trechos curtos contando a história de outros personagens: dois irmão jovens demais para a responsabilidade da guerra, uma garota madura demais para para sua idade e seus problemas, uma avô que testemunhou a morte dos pais da garota e que sofre com a culpa, mostra também ao sofrimento que os animais eram submetidos nessas situações. Já no final do filme o cavalo se encontra preso em arames farpados entre duas bases inimigas, para salvar o cavalo, dois soldados deixam de lado as brigas de suas nações e se ajudam cortando os arames.
  O filme tem uma fotografia muito bonita, surpreendente a mudança de um lugar para outro, quando a história se passa apenas no vilarejo em que Albert mora, todo é muito iluminado, paisagens imensas, enorme profundidade de campo, parece até um conto de fadas. Nos trechos de guerra, temos sombras muito evidentes e um tom mais amarronzado, característico de filmes de guerra. Encontrei alguns erros de iluminação na fotografia do vilarejo, planos com luz dura e contra planos com luz suave.
  Recomendo que assistam o filme, são 146 minutos bem assistidos.















Ficha Técnica do Filme 
Diretor: Steven Spielberg
Elenco: Jeremy Irvine, Tom Hiddleston, David Thewlis, Emily Watson, Benedict Cumberbatch, Toby Kebbell, Peter Mullan, David Kross, Eddie Marsann, Geoff Bell, Niels Arestrup
Produção: Kathleen Kennedy, Steven Spielberg
Roteiro: Lee Hall, Richard Curtis
Fotografia: Janusz Kaminski
Trilha Sonora: John Williams
Duração: 145 min.
Ano: 2011
País: EUA/ Reino Unido
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Walt Disney Pictures
Estúdio: DreamWorks SKG / Amblin Entertainment / Touchstone Pictures / Reliance Entertainment / The Kennedy/ Marshall Company
Classificação: 12 anos








Alyson Batista da Silva
facebook.com/alysonbsilva
Imagens e Ficha técnica encontradas no site http://www.cineclick.com.br

26/06/2012

Felicidade




Disponível: http://indierider.blogspot.com. Acesso em 26 jun. 2012.

Happiness, EUA, 1998. Roteiro e Direção: Todd Solondz
Elenco: Jane Adams, Philip Seymour Hoffman, Lara Flynn Boyle, Dylan Baker e Jon Lovitz.

Felicidade é uma comédia com um senso de humor perigosamente doentio, perturbador, beirando o nonsense. Felizmente, este é o meu tipo favorito de humor.

Vencedor do Prêmio da Crítica no Festival de Cannes em 1998, o filme escrito e dirigido por Todd Solondz equilibra comédia e drama ao acompanhar a vida de várias pessoas comuns (para não dizer medíocres) que buscam a tal felicidade do título. Mas é claro que aos poucos estes personagens se revelam indivíduos profundamente frustrados, complexos e moralmente questionáveis. Basta dizer que o grupo de protagonistas inclui uma assassina, um pedófilo, uma depressiva, um estuprador em potencial e uma escritora frustrada por escrever um livro sobre estupro na infância, mas jamais ter sido estuprada. É óbvio que em algum momento sua vida e a do estuprador irão se cruzar.

Este, aliás, é um dos grandes méritos da produção, que no melhor estilo de filmes como Short Cuts – Cenas da Vida e Magnólia narram simultaneamente a rotina de vários personagens de forma eficaz, sem jamais soar confusa. É até bastante fácil identificar a relação entre todos eles e a forma como suas histórias irão se cruzar. Seria inútil tentar explicar aqui,visto que a tentativa certamente seria mais complicada do que entender estas relações assistindo ao filme. Fica evidente que o diretor/roteirista não quis fazer desta uma tarefa difícil para o espectador, optando por oferecer uma dificuldade mais cruel ao público: compreender e até mesmo se identificar com pelo menos uma daquelas pessoas tão infelizes.

Aliás, cruel, impiedoso e adjetivos do gênero devem encher o cineasta de orgulho, já que ele submete seus personagens a tantos constrangimentos e humilhações que comovem ao mesmo tempo em que nos fazem rir. Como na cena inicial, em que testemunhamos um encontro romântico sem qualquer romantismo, bom senso, dignidade ou amor próprio. Enfim, um desastre, é claro. É neste cena que conhecemos Joy (olha a ironia no nome da personagem), ela é a figura central da trama e a atriz que dá vida à personagem é Jane Adams, que possui um timing cômico invejável. A verdade é que todo o elenco é impecável, mas Joy me conquistou por ser tão ridiculamente comum, com suas frustrações amorosas e profissionais. É engraçado observar como suas irmãs a tratam como uma pobre coitada, quando, na verdade, também não são mulheres realizadas e tampouco felizes.

O roteiro é recheado de diálogos sinceros e justamente por isto tão implacáveis e destruidores. Aliás, um dos diálogos mais chocantes e tristes que já testemunhei em toda minha vida acontece já perto do fim e envolve um menino e seu pai, numa cena em que presenciamos claramente a destruição da infância de uma pobre criança.

Ainda da pra acreditar que este filme é uma comédia? É claro que sim, mas apenas para aqueles que não tem muita (ou nenhuma) sensibilidade.

23/06/2012

Um lugar qualquer (Somewhere, 2010)

Por Débora Avadore
Cartaz do filme: Johnny e Cleo na piscina do Marmont. Fonte: www.scsomewhere.com
Pessoas ricas e entediadas em hotéis. Parece que não vai dar estória, mas você está acompanhando a jornada de Johnny Marco (Stephen Dorff), um ator de Hollywood, que vive num mundo em que "parecer" de certa forma também é "ser". E agora saberemos como é viver andando em carrões e morando num luxuoso hotel. Parece um sonho, não?

Sim, e esse sonho começa a desmoronar ao vermos que não importa que Johnny tenha uma Ferrari que alcance 200Km/H, ele deve respeitar o limite de velocidade da cidade e o carro vai morosamente pela rua com um ronco constante e entediante. E quanto ao hotel luxuoso? Johnny mora no Chateau Marmont, o icônico hotel que abriga estrelas hollywoodianas desde Greta Garbo procurando uma reclusão, passando pelos caras do Led Zeppelin correndo com suas motos pelo jardim, até Marilyn Manson e Evan Rachel Wood tendo seu primeiro encontro. E o que Johnny Marco está fazendo lá? Comendo miojo e jogando Guitar Hero sozinho.
Toda vez que Sofia Coppola escreve um roteiro, ela reúne fotos que a inspirem, aqui vemos uma colagem das imagens usadas por ela para fazer Um lugar qualquer. Fonte: www.scsomewhere.com
Johnny Marco está em busca de um pouco de movimento na sua vida tão chata e parece que pagar dançarinas de pole dance não está sendo a melhor solução. Até que Cleo (Elle Fanning) chega em seu mundo inerte e Johnny terá que passar um tempo com ela, afinal, de vez em quando é bom que pais passem um tempo com suas filhas. É este fiapo de relação que é o ponto mais importante da história e que irá promover uma grande mudança no protagonista.

Cleo e Johnny Marco na Ferrari. Fonte: www.scsomewhere.com
Quando falo que o protagonista busca movimento, falo literalmente. Ele é especialmente fascinado em sentar e contemplar outras pessoas dançando e se mexendo, enquanto ele próprio vê a cena apático, mas com admiração. Esta é uma das coisas que mais chama a atenção no roteiro: um protagonista que não entra em ação. E no meio daquele universo luxuoso das celebridades, com bebidas e seios à mostra, aparece Cleo, a simpática filha negligenciada de apenas 11 anos. Ela é um respiro de normalidade e candura no universo do pai, levando-o a movimentar-se novamente.

Johnny leva a filha para uma festa. Fonte: www.scsomewhere.com
A estória explora a sensação do vazio e da solidão onde não imaginamos que eles deveriam estar. Eu, pelo menos, só espero de uma Ferrari e do Chateau Marmont, muito som, fúria e festinhas memoráveis. Então vem o choque: o filme é um marasmo, porque de marasmo ele está tratando. O ritmo de vidas vazias e arrastadas em lugares tumultuados e cheios de Lost in Translation (Sofia Coppola, 2003) aparece novamente na montagem deste filme, que tem seu primeiro diálogo após 15 minutos de imagem.

A estória vai pra frente através de cenas simbólicas, que mostram uma vida degradada pela apatia sem drama e choro. Atenção para os minutos iniciais e finais, onde vemos a mudança operada em Johnny através de sua relação com o carro. A trilha sonora, que é sempre um destaque nos trabalhos de Sofia Coppola, traz uma seleção pertinente, com Phoenix, Foo Fighters, The Strokes, Sebastien Tellier e até mesmo uma bem encaixada So Lonely do The Police. O roteiro, além das peculariedades já citadas, marca uma mudança temática na carreira de roteirista de Sofia Coppola, que depois de um filme tão menininha como foi Maria Antonieta, se transporta para um ponto de vista masculino e retoma a linha temática de Lost in Translation, sem fugir do cerne de toda a sua filmografia, que são estórias sobre personagens em transição.

Um lugar qualquer foi aclamado pela crítica, sendo nomeado pela National Board of Review como um dos melhores filmes independentes de 2011 e acumulou um Leão de Ouro, o prêmio máximo do Festival de Veneza.

Ficha Técnica

Roteiro e Direção: Sofia Coppola
Direção de Fotografia: Harris Savides
Edição: Sarah Flack
Elenco principal: Stephen Dorff, Elle Fanning, Chris Pontius
Trilha Original: Phoenix

Trailer 

Rango



Disponível em rottentomatoes.com  acesso dia 23 de junho 2012.


Rango

Rango é um longa de animação que mostra a aventura de um camaleão doméstico que sofre crise de identidade. Durante a viagem de seus donos sua gaiola acaba caindo no meio da estrada após um acidente, quando o camaleão percebe, está no meio de muita areia, e então começa sua grande aventura.
O camaleão anda por um bom tempo, e consegue chegar a um vilarejo no estilo velho oeste ele escolhe seu nome e inventa uma história para se passar de durão.
A história foi produzida em cima de marcantes padrões de cinema western, além do visual, o vilarejo. Rango é o herói que passa por jornadas de sua vida, no começo da história ele sofre de crise existencial, mas a vida lhe dá uma chance de se conhecer, durante a aventura ele conhece ‘a mocinha’, uma camaleoa que perdeu seu pai e sofre para manter suas terras, pois os poderosos do vilarejo querem comprá-las. Rango mente aquele povo jurando ser um animal muito perigoso, mas acaba cedendo a verdade, e todos inclusive a mocinha acaba descobrindo que toda a história de durão não se passa de uma farsa. Mas Rango acaba conseguindo livrar o vilarejo dos animais que o assombravam com todo seu medo e sua inteligência por ter vivido em uma gaiola e ter tido donos humanos. No fim o mocinho Rango vence a batalha e se torna um herói de verdade.
Outra característica marcante (mas não de western) é a função das corujas que cantam no deserto que Rango iria morrer logo; elas nos tira da ‘imersão’ e nos lembra que estamos assistindo um filme e está sendo contada uma história; este aspecto tem um caráter muito positivo pois mesmo o espectador se envolvendo com a história ele não se esquece que é uma história, e muitas vezes as corujas acabam dando um ar humorístico maior para a trama.

Rango é um longa de animação produzido em 2011 por Gore Verbinski nos EUA.


Trailer:

Titeuf, le film




Disponível em: rtl.fr acesso 23 junho de 2012.

Titeuf, le film

Titeuf surgiu como um HQ sendo uma crítica de como as crianças viam o mundo dos adultos, o HQ é para adultos mas foi adaptado para uma série de TV infantil, criado por Zep um suíço que nomeou Titeuf assim por ser uma mistura de Tit (de petit - pequeno) + euf (ovo), porque a cabeça a do personagem o lembrava um ovo e por ser criança, pequeno.
Zep -  fonte: metrofrance.com acesso 23 /06/12

Sob os olhos do criador Zep, foi criado o longa de animação.
A animação voltada para crianças se destaca pela qualidade de arte e fotografia, os cenários são impecáveis e a composição de cores ajuda a trazer o ar infantil da história, como se estivéssemos vendo a história pelos olhos do próprio Titeuf.
Titeuf é apaixonado por Nadia, uma garota do seu colégio, mas ela não gosta dele e não o convidou para sua festa de aniversário; Titeuf pensou que esse seria seu maior problema, quando seus pais tem uma briga séria e sua mãe vai embora com seu irmão mais novo. Então Titeuf percebe que seu problema com Nadia não é nada em relação a separação de seus pais.
Um pouco diferente do HQ, por ser direcionada a crianças o filme mostra o Titeuf de sempre mas com traços de uma criança que está crescendo, amadurecendo e percebendo que os problemas dos adultos são bem maiores do que os que ele inventa em seus sonhos mirabolantes e por fim valorizando a união de sua família.
Disponível em: imdb.com acesso 23 junho de 2012


Titeuf, Le film é um longa em animação criado e dirigido por Zep em 2011 - França


Site do Zep criador de Titeuf-




Trailer: 

Prometheus

Imagem do site Omelete. Acesso em 21 jun. 2012.
O novo filme de Ridley Scott traz o diretor novamente ao universo de Alien, ainda que não seja uma prequência direta do filme original, procura responder a dúvidas deixadas neste enquanto abre espaço para novas indagações, sobretudo existencialistas. É 2089 e acompanhamos uma expedição da cientista Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) em uma caverna da Escócia encontrando o que parece ser uma pintura rupestre ilustrando uma indicação de mapa estrelar, comprovando as teorias que Shaw e seu namorado Charlie Holloway (Logan Marshall-Green) vinham  angariando a partir de outros registros históricos de civilizações distintas. Quatro anos depois, Shaw, Holloway e outros cientistas acompanhados do androide David  (Michael Fassbender) viajam pelo espaço a bordo da nave Prometheus rumo ao sistema indicado pelos antigos mapas, financiados pela Weyland Industries.


O que se vê então são as tradicionais cenas de perigo iminente, aliado ao fascínio da descoberta de vestígios de seres que supostamente habitavam a grande oca em que a equipe de Shaw passa a explorar na lua LV-223, ao passo em que tais descobertas levantam questionamentos a respeito da fé e do sentido da própria existência humana. O roteiro então, cuja premissa era resolver alguns elementos que não foram explicados em Alien, acaba aumentando o número de mistérios não-resolvidos, deixando uma clara brecha para uma continuação e, de certo modo, frustrando os fãs que há muito ansiavam por um retorno digno à franquia (considerando que Alien 3 e Alien: A Ressurreição deixaram muito a desejar deturpando o conceito original).


Imagem do site Prometheus Movie. Acesso em 22 jun. 2012.
Entretanto, Prometheus não é um filme fraco, pelo contrário, ele se desenvolve muito bem graças às atuações muitíssimo competentes de Noomi Rapace e Michael Fassbender, atores que têm se mostrado grandes revelações em personagens de filmes recentes, concebendo personalidades fortes (Shaw) e maquiavélicas (David). Os demais personagens, como Meredith Vickers (Charlize Theron) e Janek (Idris Elba), ficam em segundo plano ou acabam consequentemente ficando para vítimas ou mártires. Ademais, a direção de fotografia de Dariusz Wolski valoriza muito os planos filmados em locações reais, além de, juntamente com o design de produção, reapresentar o suspense e terror com  os cenários escuros e úmidos da oca cujos labirintos parecem ser intermináveis. 


Imagem do site Prometheus Movie. Acesso em 22 jun. 2012.
Não obstante, a eficiente campanha de marketing lançou na rede o site oficial da Weyland Industries, além de uma palestra em vídeo do visionário Peter Weyland (Guy Pearce, que no filme aparece envelhecido) e uma propaganda de "lançamento" de David, complementando ainda mais a narrativa. Enfim, o filme cumpre sua tarefa de atrair um público novo (e jovem), apresentando um sci-fi bem produzido e instigante, fazendo com que seus espectadores passem a gerar várias hipóteses até Ridley Scott finalmente revelar (ou até aumentar) nas sequências por vir, desde que não crie uma descontinuidade na série.








Tiros em Ruanda


Disponível em: adorocinema.com acesso em 22 de junho de 2012.


Tiros em Ruanda

É um filme de caráter dramático que documenta a triste história de genocídio que ocorreu com o povo de Ruanda em 1994.
Desde sempre o povo africano tinha suas divisões de terras e tribos; mas com a colonização européia criaram-se os países africanos que conhecemos hoje, mas nesta divisão de terras mais de uma tribo ficou no mesmo país. No caso da pequena nação chamada Ruanda foi composta por terras de duas tribos, Hutu e Tutsi, sendo a última a menor tribo, a luta pelo poder de Ruanda por parte da tribo Hutu perdurou trinta anos até que foram obrigados pelo ocidente a dividir o poder com a menor tribo, e pela sede de poder o povo Hutu compra facões com o dinheiro de programas internacionais de ajuda que deveria servir como auxílio ao povo e distribui para matar os Tutsis, o genocídio começou pelos militares hutus equipados com diversas armas, mas ao decorrer do conflito são distribuídos os facões, martelos, enxadas e coisas do gênero. Homens, mulheres, crianças e idosos tutsis foram mortos pelos Hutus extremistas; o genocídio tem a estimativa de 800 mil mortos.
O foco principal do filme é um padre inglês e seu ajudante no meio de todo este conflito, vendo a matança tentam ajudar aquele povo guardando-os na escola em que alfabetizavam e ajudavam em tudo que podiam o povo de Ruanda.  Mas não conseguem guardar todos, e os brancos começam a ser mandados embora para Europa, pois militares e o poder europeu que estava a parte com o que estava acontecendo acreditavam que os brancos não podiam fazer mais nada em relação a esse povo; Ruanda ficou literalmente a mercê da tragédia. Mas o padre resistiu até o fim, e foi morto com o objetivo de salvar algumas crianças tutsis; já o ajudante tentou resistir e ficar em Ruanda, mas não conseguiu e acabou indo embora, levando a culpa e a tristeza de ter deixado aquelas pessoas.
Um filme de caráter geopolítico que visa a reflexão em relação as guerras, e o que leva um povo a esta situação.
O nível de dramaticidade do filme é muito grande, e sabendo que aquilo realmente aconteceu com aquele povo fica ainda maior; a culpa que o ajudante do padre leva consigo por não conseguir salvar todos os tutsis, e ter ido embora e não ter tido coragem de enfrentar o problema dando até a sua vida pelo bem daquele povo é muito grande, e a mesma culpa traz ao expectador perguntas. De quem é a culpa pelo genocídio? A colonização é a essência do problema? Como reparar os erros?

Longa anglogermânico dirigido por Michael Caton-Jones em 2005.


Trailer:

20/06/2012

Flores do Oriente - The Flowers of War - Jin Líng Shí San Chai


Nunca escrevi uma crítica de cinema na minha vida, mas fui instigado pela Paula a fazer isso antes mesmo de saber que seria obrigado a fazer isso, pelo menos duas vezes. Mas acredito que não vou parar por aí. A não ser vocês peçam.

O filme Flores do Oriente foi se eu não me engano o terceiro filme oriental que eu já assisti. O primeiro, inclusive é do mesmo diretor Zhang Yimou e se chama Herói (Hero / Yĩngxióng , 2002). Lembro que teve uma cena do filme Herói em que estava chovendo e tinha alguém tocando um instrumento musical típico chinês. Eu fechei os olhos não, eu não dormi no filme e parecia que eu estava no meio da chuva. Ou seja a sonorização era demais, quase perfeita, dentro daquela sala de cinema com o áudio em 5.1, as cores desse filme também, demais, mas não estou aqui para falar desse filme, um dia quem sabe, talvez depois de assistir ele outra vez.


O segundo filme Oriental que assisti foi Amores Expressos (Chungking Express / Chong Quin Sen Li , 1994) do diretor Wong Kar-Wai . Lembro que assisti, porque disse pra uma professora que eu estava escrevendo um roteiro o qual não acabei até hoje sobre amor e que se passava nesse grandes meios urbanos, então ela me sugeriu esse filme. Eu lembro que gostei do filme, mas esperava um pouco mais eu tava com muita expectativa de ver cenas gravadas no Metrô, porque no meu roteiro o Metrô é muito importante, e não lembro de ter visto nada disso nesse filme daí fiquei frustrado, não vou falar desse filme também, talvez uma outra hora depois de assisti-lo novamente.


Enfim deixa eu fazer a minha crítica sobre o filme chamado Flores do Oriente, do diretor que já citado acima, Zhang Yimou.


Gente eu não vou ficar aqui falando o que acontece no filme, pra mim contar o filme é contar o filme.


Achei muito interessante toda a trama do filme.Um roteiro bom que me envolveu. Eu li algumas coisas, mas eu não percebi enquanto passava os lettrins iniciais se é baseado em uma história real ou não eu não sei ler mandarim. Estava escrito que é baseado na novela de tal pessoa, que já aviso, não vou lembrar o nome, tenho um sério problema de memória. Eu vi no Wikipédia que aconteceu mesmo esse massacre, mas essa história em si que conta o filme deve ser ficção ou uma verdade que virou lenda.


A construção dos personagens e a mudança do caráter de alguns durante o filme é muito boa. Legal, que no meio do filme eu pensei: O roteirista deve se enquadrar em algum desses personagens. Em qual? Eu penso que geralmente é sempre assim pra quem escreve roteiro, tem coisas que acontecem que você coloca, atitudes de personagens que te descrevem e você se vê fazendo aquilo. E todos nós na real, pelo menos aqueles que tem sentimentos se identificam com certas atitudes, boas ou más, o que talvez nos identifique com certos personagens, mesmo quando não queríamos ser ele.


Uma frase que eu gostei do filme e acho que é verdade é não esqueçam que eu já disse que não sou bom de memória, foi algo mais ou menos assim: “As vezes a verdade é a última coisa que precisamos ficar sabendo.”


Gosto de escrever mas não me considero um bom roteirista, um dia talvez quando rodar um roteiro meu, se eu gostar eu talvez mude de ideia.

Vamos falar do que eu acho mais legal.

Gostei demais da fotografia do filme, e quando falo da fotografia não me refiro apenas a questão da iluminação. Eu acredito que faz parte da fotografia o plano. O local que a câmera está e o que ela faz, os movimentos. Isso sempre cabe ao diretor escolher o enquadramento, então eu acredito que todo diretor é um fotógrafo que talvez não saiba mexer na luz.



Além disso considero a correção de cor como fotografia, mas isso é pós-produção.

Cara, tem algumas cenas que eu pirei. Sério. Uns enquadramentos e movimentos de câmera muito bom. Uma das cenas que mais me marcou foi uma que é um plano seqüência, eu fiquei com vontade de ficar de pé e aplaudir. Mano, que plano seqüência massa. Devido ao problema de memória eu não lembro da onde o plano começa.


Mas eu lembro que tem duas moças que estão fugindo, elas acabaram de deixar um lugar, pra voltar pra igreja. Elas começam a ser perseguidas, dai elas se escondem, os soldados passam, elas voltam porque deixaram cair o que estavam levando, dai os soldados aparecem outra vez, elas entram na casa, sobem as escadas, uma toma um tiro, a outra se esconde, soldado encontra ela, ela corre, ela chega na beira do lugar onde ela está, a câmera chega do lado dela e ela pula no rio. Então eu pensei: pronto, acabou o plano seqüência, que legal. NÃO! O câmera pula junto! MANO, MUITO LOUCO. Daí a cena ainda continua de dentro do rio com a câmera e você vê que dois soldados pulam e pegam a mulher.


Me diz se isso não é digno de aplauso e “bravo”? Sério, eu quase pedi pra parar o filme e voltar nessa cena. Mentira, mas que quero ver esse plano outra vez eu quero.


A correção de cor desse filme é linda. Gostei demais. Sempre voltado pro cinza, pra essa coisas de desilusão, falta de esperança. A utilização dos vitrais da igreja ficaram show de bola, inclusive é quando aparece mais cor dentro da igreja.


Lembrando que a última cena mostra outra vez uma cena que já foi passada tipo um flashback, e você vê tudo com outros olhos. Você liga as cores com a cena eu pelo menos liguei e com tudo o que aconteceu, e você vê que ali estavam chegando as pessoas que iriam salvar a vida de outras pessoas.


De verdade, eu gostei do filme. Achei um bom filme. Assistiria outra vez. E recomendaria.

Quem assistir, espero que goste, e depois me diga o que achou do filme.


O Trailer Oficial: 

Abraços, Gesiel Leachi.

@gesielleachi

19/06/2012

Submarine

Disponível em: Collider.com - Acesso em 11 jun.2012


O filme, uma adaptação do livro de Joe Dunthorne dirigido por Richard Ayoade, conta a história de Oliver Tate, um menino sonhador e instropectivo que acaba se apaixonando por Jordana, a garota nada popular do colégio. Enquanto descobre novos sentimentos ele se vê dividido entre cuidar do seu relacionamento ou salvar o casamento de seus pais.

O roteiro encanta pelos diálogos bem estruturados, nas locuções em off ouvimos Oliver divagar sobre a vida com textos muito bem escritos. A direção de fotografia, feita por Erik Wilson (muito conhecido por fazer fotografia de clipes de bandas famosas como Kasabian, Yeah Yeah Yeah's e Arctic Monkeys) é encantadora, dando ao filme um toque retrô através do uso de filtros na pós-produção.

Diretamente da banda Arctic Monkeys, o vocalista Alex Turner é responsável pelas lindas melodias que integram a trilha sonora do filme, cativando aos bons ouvintes. As músicas “Glass in the Park” e “Hiding Tonight” são as mais marcantes durante toda a projeção.

Disponível em: Outnow.ch - Acesso em 11 jun.2012

O filme deixa explícito as divisões entre primeiro, segundo e terceiro atos, tais divisões se tornam visíveis através de letterings inseridos no filme pelo diretor. No primeiro ato conhecemos Oliver, sua maneira de pensar e ver o mundo e também ficamos sabendo um pouco sobre Jordana, a menina rebelde e nada popular que roubou sua atenção. No segundo ato aparece o conflito, um ex affair de sua mãe se muda para a casa ao lado, botando em risco o casamento de seus pais e, ao mesmo tempo, a mãe de Jordana fica doente, fazendo com que sua personalidade mude, assustando Oliver. O terceiro e último ato traz a resolução dos conflitos apresentados, o casamento de seus pais é salvo, mas ao se afastar de Jordana,  ela encontrou um novo alguém.

É após esse momento que somos presenteados com um epílogo, como todo bom filme juvenil, precisamos de um final feliz para o jovem Oliver.

Em suma, Submarine é um filme sobre o amor, seja ele maduro depois de anos de casado ou uma paixão recém estabelecida. Enquanto os fãs de Amélie Poulain saem falando que os tempos são difíceis para os sonhadores, quem assiste Submarine percebe que até os sonhadores têm direito à um final feliz.

Kramer vs. Kramer


                                                Disponível: http://tehparadox.com Acesso em 19 jun. 2012

EUA, 1979. Roteiro e direção: Robert Benton
Elenco: Dustin Hoffman, Meryl Streep, Jane Alexander e Juntin Henry

Há alguns dias, quando assisti Ricky (França, 2009) de François Ozon, fiquei desapontado ao testemunhar como um cineasta veterano e habitualmente competente conseguiu criar uma obra tão medíocre. O filme pretendia flertar com o absurdo, mas fracassa miseravelmente ao mostrar seus personagens agindo de forma, imaginem só, terrivelmente absurda. E desta forma, Ozon sacrifica toda sua narrativa, já que este o mais fascinante de um projeto como este seria justamente analisar como pessoas comuns reagiriam diante de uma situação como aquela.

Pois bem, este desabafo serve para introduzir a este filme que me surpreendeu positivamente  por fazer o oposto, visto que o roteiro de Robert Benton (adaptado da obra de Avery Corman) não aposta em uma trama absurda, pelo contrário, tudo soa perfeitamente compreensível. Mas a melhor parte é que, além disso, o filme conta com personagens maravilhosos, que agem como adultos racionais, com sentimentos. Pessoas que agem como qualquer outra pessoa com sangue nas veias agiria vivendo um dilema semelhante. Pessoas como eu e você.  Pessoas de verdade, e esta é uma proeza que apenas os roteiristas competentes são capazes de criar.

Kramer vs. Kramer possui grandes trunfos, mas sem dúvida, o maior deles talvez seja o fato de que o roteirista (que faço questão de voltar a elogiar) fez sua lição de casa e percebeu na obra original algo que valia a pena adaptar. Pois ali havia o melhor que qualquer boa história pode conter: um belo conflito entre oponentes que são verdadeiros opostos. O clássico  embate entre herói e vilão, que aqui são substituídos por pessoas comuns, com defeitos e virtudes. E justamente por isto estas pessoas despertam a simpatia do espectador ao longo do filme.

Quando Joanna Kramer (Meryl Streep, jovem e linda, numa atuação que lhe rendeu um Oscar de melhor atriz coadjuvante) decide deixar o marido e o filho ainda em uma das cenas iniciais, logo somos levados a repudiar a atitude daquela mulher que tem coragem de abandonar seu filho de sete anos de idade com o pai, um sujeito visivelmente despreparado para cuidar sozinho de uma criança. Mas quando conhecemos melhor aquela mulher, não há como não compreendê-la, e o melhor é que o roteiro (ou ela mesma) não pretende justificar sua atitude, mas é inteligente ao mostrar como aquilo foi doloroso para ela, e o quão arrependida ela está depois de alguns meses, quando surge disposta a recuperar a criança que, por sua vez, já se acostumou a viver ao lado de seu pai, Ted Kramer (Dustin Hoffman, numa atuação que também lhe rendeu o Oscar, neste caso, de melhor ator).

Esta história simples nos hipnotiza por uma hora e quarenta minutos, graças a todas as atuações invariavelmente discretas e impecáveis vistas ao longo do filme e, claro, ao talento do cineasta e sua paciência na construção de sua narrativa e de cenas exploradas com cuidado. Um bom exemplo é a cena do primeiro café da manhã entre pai e filho, que começa de forma pacata, mas termina em um verdadeiro caos, comprovando o total despreparo daquele homem na função de pai. Mas ao longo da trama acompanhamos a evolução daquela família, até que finalmente presenciamos um café da manhã entre os dois em perfeita harmonia, é claro que a rotina dos dois voltará a se transformar com o retorno da mãe.

Além disto, esta questão de mostrar uma mãe abandonando o filho com o marido em pleno inicio dos anos oitenta é algo minimamente corajoso. Se hoje em dia tal atitude seria duramente repreendida, dá pra imaginar como isto teria sido há mais de trinta anos. Enquanto se fosse o contrário (o marido deixando esposa e filho), seria algo perfeitamente natural e aceitável, afinal, a “culpa é sempre da mulher”, que em situações como esta costuma ser acusada por não ter “segurado o marido”, algo não muito raro até hoje na sociedade machista em que vivemos. Por este motivo, este filme é, sem dúvida, uma obra feminista. Muito embora o foco da história esteja em um protagonista homem, pois na outra ponta desta trama há uma mulher insatisfeita e corajosa, que não se considera boa mãe e decide tentar ser feliz. Quem, afinal, pode julgá-la?

Por fim, um filme imperdível que narra a história simples de personagens complexos e que não pode deixar de ser assistido. Vencedor de vários Prêmios da Academia, incluindo de melhor filme, também foi indicado na categoria de melhor ator coadjuvante para o garotinho que interpreta Billy, o filho do casal de protagonistas, que aos oito anos se tornou o mais jovem indicado a um Oscar na história do prêmio.

18/06/2012

We Need to Talk About Kevin

Disponível em: Empire Movies - Acesso em 11 jun. 2012

Adaptação do best-seller homônimo de Lionel Shriver, o filme já deixa claro, logo no começo que será uma projeção que está ali para incomodar, com personagens que fogem do termo “normalidade”. Temos planos que não fazem sentido algum, sons, diálogos que não conseguimos juntar, isso logo nos primeiros minutos de projeção.

Depois disso começamos a acompanhar a vida de Eva (Tilda Swinton), uma mulher aparentemente odiada pela comunidade aonde vive, com seus pensamentos e transtornos, fica claro que ela não é a pessoa mais normal do mundo, através de flashbacks conhecemos seu passado, seu marido e seus dois filhos, Kevin em particular. Kevin (Ezra Miller) é um bebê que chora o tempo todo, uma criança que usa fraldas porque não se desenvolve como os outros, que odeia a mãe por um grande período, torna a sua vida um verdadeiro inferno. A própria Eva fala ao filho pequeno que, após seu nascimento, sua felicidade acabou. Em praticamente 80% do tempo essa relação de amor e ódio fica muito clara, até o momento em que Eva engravida novamente, dessa vez, uma menina. Kevin, enciumado começa a criar laços com a mãe e negar a figura paterna, algo que dura pouco, até que ele se afasta de ambos.

Disponível em: Clothes on Film - Acesso em 11 jun.2012

No segundo ato vemos Kevin atualmente preso, sabemos que algo que ele fez pode ter tornado a vida de sua mãe um inferno, a ponto de todos a odiarem, de sua casa ser danificada, seu carro pintado, etc. Mas o filme deixa toda a explicação para o final, nesse meio tempo vamos vendo Eva, completamente sozinha, transformando sua casa em um lugar habitável.

Do aspecto técnico, o que salta aos olhos (e ouvidos) durante toda a projeção é a direção de atores, Tilda e Ezra criam uma tensão sempre que estão em cena, algo que leva o espectador a pensar que aquela situação, aquele vulcão emocional, está prester a eclodir. A direção de Lynne Ramsay é simples porém intensa, a escolha dos planos, o ritmo de cada take, tudo nos leva a esse final surpreendente, criando um misto de apreensão e insegurança, do começo ao fim. Um diferencial é a sonorização, os sons sem nexo no começo do filme aparecem no meio da narrativa, os irrigadores do jardim, o som de flechas atingindo seu alvo, tudo tende a guiar quem assiste para a importância de tais objetos dentro da história, apenas no encerramento do terceiro ato é que essa sonoridade faz sentido.

Disponível em: Bitchin' Film Reviews - Acesso em 11 jun.2012

Por fim, temos um terceiro ato de tirar o fôlego enquanto, em 15, 20 minutos, todo o filme conecta-se diante de nossos olhos, todos os pontos, os planos sem nexo logo no começo, os sons que se tornam familiares durante a projeção, tudo faz sentido. E aí que percebemos que, tanto Kevin como Eva, estão longe da normalidade. 

Talvez o inferno criado por ele para que ela habitasse, seja uma maneira de uma criança conseguir a atenção da mãe apenas para si.







12/06/2012

Girimunho

Imagem disponível no site Ancine. Acesso em 12 jun. 2012.

Concorrente na mostra Competitiva Olhares Brasil de Longa Metragem do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, o filme retratado no sertão mineiro pode ser considerado uma mescla de ficção e documentário, ainda que esteja mais inclinado a este do que para o primeiro, pois na maior parte da projeção acompanhamos o cotidiano da carismática Dona Bastú, seus familiares e conhecidos na pequena cidade onde o tempo parece ter parado e as tradições como o batuque e as superstições comuns do povo do interior.


Justamente nesse contexto é que passamos a presenciar os elementos ficcionais contidos no filme a partir do ponto em que Feliciano, marido de Bastú, falece dormindo e ela não expressa nenhum sentimento ou reação diante da fatalidade. Confidenciando suas memórias com a amiga batuqueira Maria e gradativamente retoma lembranças antigas visitando locais que costumava passar o tempo com o esposo, os diretores Helvécio Marins Jr. e Clarissa Campolina fazem com que a humilde senhorinha presencie momentos sobrenaturais como ao cantar no rio e voltando aos tempos de juventude ou quando ela passa a ouvir os barulhos do trabalho de Feliciano na oficina, mesmo ele não estando mais lá.



Imagem disponível no site Cinema 10. Acesso em 12 jun. 2012.
A fotografia com uma tendência maior a planos internos recebe composições que ajudam no contraste entre o novo e o antigo, além de explicitar a recente solidão de Bastú. Há momentos para reflexão assim como para se descontrair, como na sequência em que Bastú encontra no armário um revólver antigo e conta com saudosismo a uma das netas a euforia de se ouvir os tiros nas festas de batucadas. Por mais que o ritmo do filme não proporcione impactos e torne a experiência um pouco cansativa, sem dúvidas a cena mais emblemática ocorre quando Bastú vai ao rio carregando uma mala, fazendo com carinho uma simbólica despedida. Como um redemoinho, o filme é uma história de mudanças que aos poucos vão acontecendo pela trilha da vida e que muitas vezes passam despercebidas.


Imagem disponível no site UOL Cinema. Acesso em 12 jun. 2012.