30/06/2011

Pink Flamingos - 1972 - John Waters






Pra quem tem estômago forte, senso de humor e gosta do bom e velho rock’n roll não pode deixar de assistir Pink Flamingos. Mesmo diretor de clássicos como Mamãe é de Morte e Hairspray, John Waters pega pesado com as cenas de Pink Flamingos.
O roteiro é hilário, tudo começa com Divine. Ela possui o título de “pessoa mais sórdida do mundo”, o que não é mentira. Ela sai com sua barcona pela cidade com a maior sonzera. Rouba carne do açougue colocando no meio das pernas, faz sexo oral no próprio filho que tem um fetiche especial por galinhas, tem uma mãe doente viciada em ovos que mantêm em um chiqueirinho, come coco de cachorro e as mais infinitas bizarrices. Não é a toa q Pink Flamingos está na história do cinema underground.
Divine tem um casal de inimigos, Connie e Raymond Marbleque, que desejam roubar seu título. Esse é o filme, uma disputa bizarra. O casal chega a mandar fezes para Divine, que não deixa barato e vai até a casa deles e lambe tudo, deixando um cuspe que faz os móveis criarem vida. Na mesma o casal mantêm mulheres que seqüestram em um porão, lá um empregado deles as engravida para vender os bebês.
Com certeza uma cena que faz seu estômago revirar é na festa de aniversário de Divine, onde a câmera fecha no anus de um ator, que faz vários movimentos enquanto rola o som da banda Trashmen. Confesso que ri muita dessa!

Também os Anões Começaram Pequenos - 1970 - Werner Herzog






Não tem como esconder a queda maravilhosa que tenho por Werner Herzog e por seu filme Também os Anões Começaram Pequenos.
É simples, vá para as Ilhas Canárias e leve com você atores anões fantásticos! O roteiro tem tudo pra provocar a moral, mas acima de tudo, risadas.
Também os Anões Começaram Pequenos, filmando em 1970 começa em mundo de anões que vivem numa espécie de internato. Expondo o desespero de um mundo que cresceu destorcido os anões de rebelam, formando o local em uma anarquia. Aqui surge também uma cena que Herzog repetiria mais tarde no filme Stroszek, um carro rodando em círculos eternamente sem ninguém conduzindo. Existe um conflito com o diretor do local e aprisiona um dos anões anarcos, enquanto os outros arremessam galinhas pelas janelas, avacalham com dois anões cegos, regam flores com gasolina, crucifixam um macaco, fazem guerra de comida e forçam um casal de anões a entrarem num quarto sozinhos. O casal dentro do quarto é uma das cenas mais engraçadas, enquanto a anã está na cama o anão ñ consegue subir de jeito nenhum, tenta escalar, subir em pilha de revistas, por fim eles acabam folheando as revistas com mulheres nuas.
Algumas cenas não estavam no roteiro, que é o caso das galinhas canibais. Elas perseguem uma galinha que é manca até a morte. Carregam ratos em seus bicos. Herzog não poderia deixar de ligar a câmera e filmar esse retrato da mãe natureza deturpada. Cabia perfeitamente em seu filme. Juntamente na cena em que porcos filhotes mamam em sua mãe morta.
Também os Anões Começaram Pequenos contou com alguns acidentes como um anão que foi atropelado na cena do carro em círculos e se incendiou na cena em que eram queimadas as flores regadas com gasolina. Não podia faltar também um pulo de Herzog em um cacto ao final das gravações, que adora coisas do tipo “eu como meus sapatos se você fizer esse filme”.
Sou apaixonada por esse filme que mostra toda a escuridão de um mundo e de sua natureza mesmo assim proporcionando as risadas mais gostosas juntamente com um dos anões que não para rir bizarramente todo o fim do filme. Viva a câmera na mão e a trilha sonora maravilhosa desse filme!


29/06/2011

Crítica – A noite americana

Devo admitir que eu nunca fora um grande apreciador dos filmes de François Truffaut, mas este filme me fez mudar de idéia, e não apenas por este filme ter sido realizado com os americanos – seu primeiro filme norte-americano -, mas pela construção narrativa de uma produção cinematográfica dentro de outra produção cinematográfica.
A história do longa é ótima, contada a partir do ponto de vista do próprio Truffaut, que interpreta o diretor da produção que esta tendo sérias dificuldades, corte no orçamento, corte do tempo de filmagens, atores e atrizes tendo seus famosos ataques, e outros PEQUENOS problemas que uma produção cinematográfica pode ter.
Tecnicamente o filme é excelente, sempre definindo quando é filmagem real ou os bastidores, as vezes você até se perde, mas sempre com propósito, Truffaut quer que você se perca dentro do real e do imaginário, e quer que você veja também o bastidores dos bastidores.
Realmente brilhante e divertido.

- Alex Oliveira

Crítica – Roma, cidade aberta

O neo-realismo italiano teve como principal característica mostrar e apresentar ao mundo o terror de uma Itália fascista. Um dos principais diretores deste movimento fora Roberto Rossellini e entre seus projetos está “Roma, cidade aberta” de 1945.
O longa, além de apresentar uma história pesada, com um roteiro que para época era mais do que provocante, possui uma construção técnica visionária, mesmo sem equipamentos, que na America já eram utilizados, Rossellini dava uma aula de planos e enquadramentos dignos.
Uma das melhores cenas, é quando o prédio é esvaziado, enfileiram os moradores na rua, e os soldados realizam um arrastão no interior do prédio, onde ao mesmo tempo o padre tenta esconder as armas, mostrando o autoritarismo do exercito e seu poder – que na época – não existia igual para confrontá-lo, nem mesmo a igreja.
Rossellini expressa o medo e o desgaste das pessoas que sofriam abusos 24 horas por dia, demonstrando um mundo de cinzas.

- Alex Oliveira

Crítica – Nosferatu

Não existe melhor exemplo do expressionismo do que o filme que abriu o movimento, Nosferatu, longa lançado em 1922 e considerado um clássico pelo cinema. Mas diferente do que muitos imaginam Nosferatu não nasceu como uma idéia sólida, mas sim pela falta de dinheiro da produção.
Os produtores inicialmente tentaram obter os direitos de adaptação de “O Drácula” de Bram Stoker, mas o preço era muito elevado, então os produtores decidiram criar uma adaptação silenciosa de Drácula, assim criando o personagem conde Orlok, e desenvolvendo um enredo parecido com o do romance do dentuço.
O projeto no fim vingou como um clássico do cinema expressionista, preto e branco, mudo, e com um visual – que para a época – aterrorizante.

- Alex Oliveira

Crítica – Além da vida

Clint Eastwood prova a cada filme que é um dos melhores diretores atuantes do mercado norte americano, seu filme anterior “invictus” além de suas perfeições técnicas habituais, fez multidões visualizarem uma das mais belas histórias encabeças por Nelson Mandela. Além da vida não tem uma figura proeminente como Mandela, mas usa uma fé humana como catalisador para esperança e viver a vida.
Eastwood como sempre se preocupa com todos os detalhes, cada plano está belissimamente bem construído, a cena de Matt Damon e Bryce Dallas Howard de degustação de gostos na aula de culinária, faz você querer sair da sala de cinema e encontrar a primeira escola de culinária que passar pela frente e se matricular.
O elenco está ótimo, Matt Damon como sempre faz um personagem complexo, um homem lutando para não ser o que o destino lhe reservou e duro por isso. Cécile De France não fica muito atrás, mas são os irmãos McLaren que chamam a atenção, sendo apresentados ao grande publico aqui.
O roteiro é fantástico e muito bem construído, o qual inicialmente foi desenvolvido para Steven Spielberg, mas como sua agenda estava abarrotada pelos próximos anos, ele preferiu passar para Eastwood.
Devo admitir que quando sai da sala de cinema tive uma tranqüilidade espiritual instantânea, um excelente filme para se ver e rever.

- Alex Oliveira

Crítica – Caça as bruxas

A parceria entre o diretor Dominic Sena e Nicolas Cage um dia deu ótimos frutos, com o excelente filme de carros “60 segundos”, mas a nova reunião entre eles - “Caça as bruxas, 2011” -, simplesmente não funcionou.
Primeiro é o diretor que vem caindo em qualidade técnica nos últimos anos, como o fraco “Whiteout”, seu longa anterior. Já Nicolas Cage, que possui um prestigio e uma legião de fãs pelo mundo ainda tenta encontrar projetos divertidos, focando sempre o entretenimento, mas praticamente sem desafios. E é dessa união que sai o fraquíssimo Caça as bruxas, filme que conta a história de um cavaleiro do século 14 que aceita transportar uma mulher acusada de bruxaria até um monastério.
O longa possui vários problemas, começando com o elenco, Nicolas Cage está no piloto automático a anos, e não procura inovar em momento algum, o restante do elenco de apoio simplesmente é esquecido pela iluminação mais que dura sobre seus rostos, mas o fato mais frustrante do longa é a péssima qualidade da computação gráfica, o demônio no final parece ser tirado de filmes B lançados direto em DVD, o que é imperdoável se comparar orçamentos de outros filmes de mesmo tema, Caças as bruxas custou 40 milhões de dólares, já “Anjos da noite” e “O pacto” custaram cerca de 20 milhões cada.
O filme conseguiu levar alguns fãs para o cinema pelo simples fato da presença de Cage, mas se ele continuar fazendo filmes como esse não sobraram muitos fãs para assisti-lo.

- Alex Oliveira

A Balada do \pistoleiro




O filme se passa num clima meio western, com duelos e muito tiroteio, com uma grande interpretação de Antonio Bandeiras no papel de El Mariachi, que busca por vingança apos descobrir o assassino de sua namorada e ainda deu um tiro em sua mão. Bucho e o homem que ele procura, podemos dizer que ele é o dono da cidade e controla tudo o que acontece por ali.
Ele entra na cidade com muitas armas dentro da capa de seu violão, que é apenas um disfarce para poder buscar sua vingança, ali ele encontra a ajuda de uma dona de livraria local, Carolina (Salma Hayeke).
Podemos destacar as cenas de ação que são muito bem conduzidas por Antonio Bandeiras, muitos tiroteios, e o interessante é que parece que tudo gira conforme a musica que também é um dos pontos fortes do filme, a trilha com musicas que marca muito em todo o filme. Um filme com muita ação, diversão e uma certa pitada de humor, vale muito a pena assistir.
Wellinton B. Schlichting

28/06/2011

Ping-Pong da Mongólia


Um dia desses quando voltei da aula, a noite, liguei a TV, a apresentadora do programa disse que ia começar o filme Ping-Pong da Mongólia, o nome do filme me chamou a atenção, pois nunca tinha ouvido falar e de certa forma achei engraçado. Fiquei bem curiosa para saber sobre o que se tratava o filme, pois não consegui montar um pré-roteiro na minha cabeça.

O longa conta a história de um menino, Bilike, filho de nômades mongóis, que encontra boiando no rio uma bola de ping-pong. Ele não sabe realmente o que é aquilo. Eles vive muito afastados, na região não há eletricidade e água encanada. Bilike, vai em busca de pessoas que acredita que possam lhe ajudar.

Leva o objeto para a sua avó, e pergunta se é um presente dos deuses, poderia ser uma pérola, ela confirma. Bilike fica todo o tempo observando o achado que já tinha pensando ser um ovo de pássaro.

Mesmo sendo nômades e isolados, há influências externas como um homem que trás algumas muambas para permutar. Por exemplo, o homem leva um pouco de pó de café e um jogo de xícaras, diz que valem um cordeiro cada um. O menino pergunta para o muambeiro o que é aquilo que achou, o homem diz ser uma bolinha de ping-pong. Mas Bilike vive em outra realidade, e não sabe o que é ping-pong, e fica imaginando o que pode ser.

O filme é a estreia de um diretor chinês, que toma cuidado com o roteiro para que não vire clichê. Assume que nos dias de hoje, não é mais possível, as pessoas não sofrerem influências externas, mesmo vivendo em regiões completamente afastadas dos grandes centros.




Salt

Ao saber que Angelina Jolie tinha gravado um novo filme, fui atrás dos trailers. Quando vi o primeiro trecho de Salt, achei que era um super filme, queria ver mais partes, e quando fosse lançado iria ver no cinema. A maior tela possível, pois além de ter Angelina como uma espiã, parecia ser um ótimo filme de ação, com cenas muito empolgantes.

Evelyn Salt é uma agente da CIA, a ação começa quando é revelada como espiã russa depois que conversa com o desertor soviético. A CIA a persegue, pois sabem que ela irá matar o presidente russo que está nos Estados Unidos. E o filme segue com Evelyn tentando salvar o marido e fugindo da CIA entre muitas cenas de ação, algumas meio duvidosas.

O roteiro foi inicialmente escrito para ser protagonizado por um homem, chamaram Tom Cruise, que negou, achando muito semelhante a Missão Impossível, preferiu fazer Encontro Explosivo, que é do mesmo gênero, só mais romântico. Depois foi encolhida Angelina, e no roteiro foram feitas adaptações para a personagem.

Apesar de ser clichê, o diferencial do longa é, realmente, a protagonista. O roteiro interessante, a edição e a atuação são boas. Mas há alguns planos muito ruins, e a fotografia é horrível em alguns momentos, cheguei a pensar se havia um diretor de fotografia, pois não era possível que ele não tivesse reparado aquilo.

Felizmente, por falta de tempo, acabei não vendo no cinema. Assisti em casa mesmo.


Gnomeu e Julieta

O último filme que assisti no cinema foi Gnomeu e Julieta, uma animação do mesmo diretor de Shrek 2, a produção executiva é de Elton John que também fez toda a trilha sonora.

Como o nome já revela, é uma versão engraçada de Romeu e Julieta de William Shakespeare. Na história há a briga entre as duas famílias de gnomos de jardins, a família Montéquio de Romeu e os Capuleto, família de Julieta. O casal se conhece fora dos seus jardins, e se apaixonam. E o resto da história tudo mundo já conhece.

Com dificuldade de encontrar cópias legendadas para assistir, o que acontece, sempre, quando você quer ver uma animação, assisti dublado. Mesmo sabendo que iria perder boa parte da qualidade e da produção sonora.

Não me incomodo tanto por perder a qualidade de som. O que me irrita são as pessoas selecionadas para dublar os personagens. Visando chamar mais público, são selecionadas atores famosos, no caso de Gnomeu e Julieta, foram chamados três atores globais para serem os principais personagens, achei demais poderia ser só um, ia ser menos pior. Vanessa Giácomo, como Julieta, Daniel Oliveira como Gnomeu e Ingrid Guimarães como a Sapa Nanette amiga e conselheira de Julieta.

Tantos bons dubladores no Brasil querendo uma oportunidade de mostrar o seu trabalho e são colocadas pessoas já conhecidas para brincar de estragar animações.

Pior que isso, só Luciano Huck dublando o ladrão/príncipe da animação da Disney, Enrolados.

Enrolados - Porque Luciano Huck?

Cantando na Chuva.

Depois de assistir várias vezes as partes musicais do filme Cantando na Chuva de Gene Kelly no You Tube, decidi assistir o filme inteiro. Confesso que apesar de ser considerado um clássico, eu não sabia sobre o que se tratava. Pensava que era somente sobre um casal, e uma história de amor.

Ao assisti-lo me surpreendi, pois além da história de amor, envolvendo Don e Kathy, o filme também fala sobre a mudança que o ocorreu em Hollywood, a passagem do cinema mudo para o falado. O desespero dos produtores e diretores, após ser lançado primeiro filme falado “O Cantor de Jazz”, também retrata os problemas de dicção e voz dos atores, e as suas dificuldades em se adaptarem aos microfones.

O musical é considerado um dos melhores filmes americanos, foi gravado em 1952, e ousa quanto retrata a década de 20. No filme está sendo gravado um filme mudo, é feito um teste de audiência, mas o público não aprova, quer ver a novidade, o filme falado, então, é regravado para ser um musical.

Cantando na Chuva é um musical, que não é o meu gênero preferido, na verdade, não gosto de musicais, pois como todos que repelem esse tipo de filme dizem, as pessoas começam a cantar do nada. Concordo com a frase, e por esse motivo, são poucos os musicais que tenho interesse em ver.

Acredito que o filme tenha me conquistado pelo roteiro, por ser engraçado, e os musicais são acompanhados por sapateado, o que dá mais agilidade para o filme, e não deixa ser chato, como a maioria dos musicais.

Good Morning

All I Do Is Dream Of You