19/04/2011

As Brumas de Avalon (The Mists of Avalon) Dir.Uli Edel, Roteiro:Gavin Scott - 2001

Um mundo atual? Verdadeiro? Irreal? Crenças que evoluem e preservam-se por si só, através de milênios, séculos, mesmo que, com uma minoria de adeptos divididos em inúmeras vertentes, tendo como “maior” minoria os que praticam de forma impoluta.

As Brumas de Avalon, bestseller de 1979, retrata em quatro livros a lendária história do Rei Arthur, de forma distinta, revela um homem frágil e dependente indiretamente direta da rica e misteriosa magia da ilha sagrada de Avalon com seus magos sacerdotes e sacerdotisas, druidas e druidesas, para o vulgo, bruxos e bruxas, na verdade a história é mais de Avalon que qualquer outro personagem. Esta obra-prima, teve sua adaptação para o cinema lançada em 2001. Sim, batemos naquela tecla que, os livros são muito melhores que o filme.

Nota-se que Gavin Scott, que roteirizou a obra, tentou aproveitar ao máximo o que haveria de melhor no livro com intuito de um filme comercial sobre magia e com máscara de quase histórico. É plenamente entendível a dificuldade de se fazer uma adaptação de um tema complexo que trata a obra, com extermínio de culturas, divergências religiosas acentuadíssimas, a inerente ambição do homem em querer ter o poder para manipular a todos principalmente por meio de doutrinas espirituais, como já ressaltada. Pena isto não ser tão destacado no filme. Embora se tenha 180 minutos de filme, como disse, a intenção é comercial, então se apela para os atos de sexo e guerra (principalmente).

A Fotografia do filme fica a desejar, alguns efeitos especiais também, tem-se inúmeros erros de continuidade. Resumindo é um filme tosco. Mas mesmo assim consegue encantar, para os amantes da temática, sendo o paganismo celta retratado. O Roteiro poderia ter sido bem melhor desenvolvido, destacando a importância do Merlin da Bretanha, seus ensinamentos e conflitos com Viviane a Grã-Sacerdotisa de Avalon. Avalon é o mistério, Avalon é a grande pergunta do por que e como o povo que habita a ilha sagrada é tão pacífico e possui tanta sabedoria, Avalon é a protagonista da história, mas certeza que conveniências prevaleceram, talvez para não chocar e entrar para o “index” da igreja católica, mesmo com a extinção do mesmo.

As Brumas de Avalon se salva pela ótima direção de atores, o diretor Uli Edel caprichou na escolha, e realmente não teria pessoa melhor que Angelica Huston para interpretar Viviane a Senhora do Lago, Juliane Marguiles como Morgana, possuidora de uma beleza exótica e Hans Matheson como Mordred filho de Morgana e Morgause irmã de Viviane interpretada por Joan Allen, quarteto de atores impecáveis. A trilha merece destaque para o compositor haitiano Lee Holdridge e a canadense Loreena Mckennitt que deram uma riqueza a algumas cenas quase que divinas! Embora tosco, é um ótimo entretenimento e que contém relevantes surpresas completamente modificadas do livro.


Direto de Avalon (rs), Rayat Lyrians

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