14/03/2011

Balzac e A Costureirinha Chinesa – Dai Sijie - 2002

Pena não saber pronunciar e muito menos falar algo em chinês, o filme que comento hoje baseado em livros de Dai Sijie e dirigido pelo próprio, roteirozado junto com Nadine Perrot “Balzac e A Costureirinha Chinesa” de 2002, com fotografia espetacular de Jean Marie Dreujou e trilha sonora esplêndida de Wang Pujian que vale apena garimpar na internet.

Esta produção entre China e França nos traz Ma e Luo, dois jovens vivendo na China dos anos 70 sob o domínio “dito” comunista de Mao Tsé-Tung. Ambos são enviados a um campo no meio da montanha para reeducação de desapego das coisas do mundo ocidental e capitalista presenciando uma espécie de inquisição de todas as coisas boas trazidas pelo ocidente.

Balzac, Flaubert, Victor Hugo, são clássicos literários citados no filme como subversivos a ditadura “MÁÁo Tsé-Tunguiana”. Luo tem todos seus livros queimados, e Ma por sorte não tem seu violino destruído por dizer que a música que toca é Mozart pensando no presidente Mao. Fato que faz rir e chorar de forma igual. Neste campo de reeducação, Ma e Luo conhecem uma costureirinha, por quem apaixonam-se, uma pobre ignorante muito curiosa. Os rapazes resolvem orientá-la, abrindo sua mente pra fora daquele regime opressor, ensinando-a ler, contribuindo para liberdade pessoal da moça que agradece a Balzac pela reciclagem mental que passou.

O filme de forma ingênua critica brutalmente a ignorância não só de pessoas que parecem gostar de tal título, mas também e principalmente a ignorância de diplomados que por medo dos militares apoiaram e apóiam este regime da imbecilidade. E nos põe a questionar, quem é pior? O ignorante diplomado, ou o ignorante que não teve oportunidade de ter diploma? Tais críticas, indagações podem ser facilmente adaptadas em “n” situações que não sejam só necessariamente políticas. Comprova também que o verdadeiro socialismo, comunismo nunca existiu, pois a filosofia real nunca fora bem interpretada, ou até tenha sido, mas é inconveniente, portanto não dever ser aplicada. Demonstra-nos também que o capitalismo em hipótese alguma é ruim, e sim, uma ótima ferramenta para percebermos através dele e com transparência, quem é possuidor de um caráter ético. Como diz um conhecido filósofo meu, “no capitalismo o homem explora o homem, e neste filme com o ‘comunismo’ escancarado nota-se claramente que é ao contrário”.

Para quem já viu o filme, como impõe a globo, “vale apena ver de novo”, e aos que não viram, já perderam segundos demais em terminar de ler esta crítica!

Até “bleve”

Rayat Lyrians

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