28/03/2011

"Dançando no Escuro" - Lars Von Trier, maestro da depressão

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Não tenho condições de discutir sobre um filme de Lars Von Trier logo ao terminar de assisti-lo e o motivo é simples: ele é maestro em deprimir. Assim como Quentin Tarantino, o cineasta é um completo escroto que consegue fazer obras de arte através de métodos deploráveis e não poupa nem mesmo atrizes como Nicole Kidman e Björk para conseguir exatamente o que quer. Podem aplaudi-lo, aclamá-lo, admirar seu “talento” o quanto quiserem – mas minha opinião sempre será: o fim NÃO JUSTIFICA os meios que ele usa.

Entrando agora ao assunto que interessa: Dançando no Escuro é, ao lado de Moulin Rouge, uma verdadeira inovação no mundo dos musicais. Björk encarna com absoluta perfeição a irlandesa Selma e sua condição de cegueira gradativa, a ponto que conseguimos perceber o momento exato em que ela perde totalmente a visão, sem que alguém realmente precise nos dizer isso. Aliás, todo o elenco é muito bom e retrata perfeitamente a crueldade que Lars sempre gosta de colocar.

Falando nos aspectos técnicos, a maneira que o cineasta inventa de diferenciar claramente os devaneios de Selma e sua vida real merece destaque, expondo organicamente, e propositalmente o “ridículo” do gênero musical.

É nítido e claro que o grande objetivo de Lars Von Trier ao usar este gênero para colocar sua narrativa é justamente uma crítica, ou seja ele critica os filmes musicais fazendo um filme musical, dizendo claramente que esse sonho colorido de pessoas cantando alegremente seus sentimentos, essa paixão que se vê no gênero é uma absoluta ilusão e que o mundo onde vivemos é frio, preconceituoso e cruel, onde sonhadores, idealistas e apaixonados serão todos massacrados pela triste realidade que os cerca. Uma filosofia de vida que é explicitada tanto em Dançando No Escuro quanto no filme seguinte, Dogville.

Este é o pensamento de Lars, não o meu. Talvez isso justifique minha completa aversão ao cineasta e suas produções.

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Lin Marx

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