Quem poderia fazer uma mistura tão perfeita e divertida de Western, Animação e sotaque mexicano (rs)?! Eu tiro meu chapéu para Gore Verbinski, o versátil e subestimado cineasta responsável por "Rango", um filme que tem como temática principal a busca de seu protagonista pela própria identidade, num roteiro que absorve e escancara assumidamente todos os clichês da "jornada do herói", de filmes de animação e de westerns, mas sem deixar de ter sua originalidade, além de não se intimidar a executar alguns personagens.
O segredo em qualquer gênero de filme não é o que fazer, mas como fazer: "Rango" começa com uma referência direta ao processo de construção de um roteiro quando seu protagonista, "brincando" de fazer cinema, percebe que seu herói fictício precisa de um conflito - e no mesmo instante um acidente real no carro o leva para o dito conflito, o que chamaríamos de uma "ironia do destino". A partir daí, o jovem e despreparado camaleão doméstico passa a conhecer criaturas bizarras e a viver aventuras mais estranhas ainda, na companhia da lagarto Feijão (sim, é uma fêmea) e os estranhos habitantes de uma cidade que sofre com falta de água.
Nas palavras do crítico Pablo Villaça: "Com um preciosismo técnico que nada deixa a dever à infalível Pixar, Rango cria uma galeria de personagens fascinantes, transformando os roedores, répteis e anfíbios de sua narrativa em criaturas com rostos marcados e marcantes que conseguem evocar com perfeição os tipos físicos tão característicos do gênero, desde as prostitutas do saloon até os fazendeiros oprimidos, passando pelos pistoleiros ameaçadores, o índio sábio, a mocinha corajosa e o bizarro agente funerário."
Sempre acompanhado de uma trilha composta por quatro corujas mexicanas - que também narram "fielmente" tudo o que irá ocorrer - Rango é um filme indispensável nas prateleiras dos amantes do western e, não preciso nem dizer, dos apaixonados por animação de qualidade.
Por Lin Marx
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