02/05/2011

Macunaíma – Herói da Nossa Gente.



A identidade nacional dos brasileiros, é isto que Joaquim Pedro de Andrade tenta resgatar com seu longa Macunaíma realizado em 1969. O filme é considerado por muitos, um dos mais populares do cinema novo, talvez por ser este o primeiro filme do movimento pensado para a grande massa.



Ao assistir a produção audiovisual pela primeira vez, fiquei impressionado, com tamanha bizarrice, tive que me focar ao contexto de realização do filme e procurar artigos que me deram uma visão sobre seu propósito. A história do herói nacional é metaforicamente construída, o filme é todo antropofágico. Macunaíma não passa de um misto de todas as culturas nacionais, ao mesmo tempo que é herói, é malandro, príncipe, negro e branco. O que resta de macunaíma é o caráter de não possuir uma caratcrística única.



A narrativa a primeira vista é confusa e se perde no espaço diegético. Porém tudo não passa de uma crítica a situação do país na época da produção do filme. Macunaíma faz sátira com o desinteresse pela realidade nacional, a passividade dos brasileiros frente a culturas estrangeiras idealizadas. Há momentos no filme em que o herói afirma que o problema do Brasil é o carnaval e o futebol.



O longa é cômico, e isto se-reflete em seu figurino e atuações. Grande Otelo arranca risos com sua fala e comportamento. Não houve escolha melhor para o papel. Paulo José e Grande Otelo dividem muito bem a tela, ambos estão em sintonia com o anti-heroí.


O figurino é cheio de cores, em alguns momentos são roupas sociais, explodindo em cores. A direção de arte é criativa, talvez seu ápice seja o interior da casa do gigante Venceslau, com estatuas vivas, que mudam de posição enquanto ocorre a ação.


A trilha sonora trabalha bem os elementos críticos, canções sobre a mulher moderna e a nação estão presentes na obra.


Enfim, visto pela segunda vez e entendendo o seu propósito o longa é bem criativo e cumpre seus propósitos.


Imagens site Estadão e Cinematógrafo





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