O Homem Sem Passado (Mies Vailla Menneisyyttä) – 2002 – Aki Kaurismäki

Olá a Todos! Um muito Tervetuloa! Sim tervetuloa, sejam bem vindos em finlandês aos sucessos do cine-underground mundial! E para começar em grande estilo lhes apresento o indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 2003 e premiado no Festival de Cannes 2002 - O Homem Sem Passado, da trilogia Finlândia do Diretor e Roteirista Aki Kaurismäki.

O Filme satiriza a cultura de seu país de uma forma singular, abrindo portas para inúmeros debates filosóficos a respeito de como o homem lida com as crises coletivas e pessoais não só do ponto de vista escandinavo, mas digo que mundial, pois é um filme universal. Mostra os tormentos e “benefícios” que a Segunda Grande Guerra trouxe para este país nas décadas de 50 e 60, que serviu de alavanca para estar entre os melhores países do mundo para se viver hoje. Como que a moda finlandesa sem grandes demonstrações de afeto, (o que é muito ironizado), são quentes e afetuosos. O interessante, são os corruptos exibidos no filme, que se arrependem.

E quem viu O Homem Sem Passado, nota que essa falta de afeto, na verdade é timidez, sim, finlandeses são tímidos, devido a sua própria história. Dos países nórdicos, a Finlândia sofreu dominações tanto russas quanto suecas. Então, parece que esta timidez se impregnou na linhagem genética da nação. Finlandeses em termos são piores que curitibanos, não falam com estranhos, mas se distinguem pelo simples fato de terem uma responsabilidade coletiva que: “a união faz a força”, ou seja, ninguém evolui sem ajuda mútua, ninguém combate sozinho a fidalguia sem fé. Neste ponto estão de parabéns!

E com maestria Aki Kaurismäki nos leva a todas estas reflexões através de um homem que foi covardemente espancado e fica amnésico, tendo que romper com tal barreira para viver em sociedade, arrumar emprego, morar, ressocializar e todas estas coisas que para quem está em plena faculdade mental já é difícil, imagine para alguém com amnésia vivendo numa economia falida. O roteiro quebra limitações humanas neste buscar, construir de uma nova vida sem memórias e com mais de 40 anos do personagem.

E se tratando de técnica, particularmente, fica um pouco a desejar quanto à direção de arte e montagem, além de ser um filme parado que se dermos uma piscadinha, perdemos a expressão dos personagens e faltará algo para completo entendimento da trama. Quem gosta de transições de cena com fade out e fade in, olha, não terá do que reclamar, mas uma pessoa como eu que não é lá grande fã, é tenso! (risos). Quanto à trilha sonora temos músicas modernas, quase um rock clássico misturado com bolero da Igreja Luterana, pois na Finlândia a população é 70% luteranos, embora 90% seja, cética.

E assim vive-se um mundo paradoxalmente encantador!

Em finlandês, me despeço de todos com um muito obrigada, tudo de bom e até a próxima!

Kiitoksia, Kaikkeä Hyvää Sinulle, Hei Hei!

Rayat Lyrians