Peter Jackson, ao meu gosto, sempre foi um diretor duvidoso: com exceção de sua trilogia d’O Senhor dos Anéis e de seu filme “emocional” Almas Gêmeas, o restante de sua filmografia é descartável: King Kong, Os Espíritos, Um Olhar do Paraíso, etc. Porém, decidi rever o passado de Jackson lá na Nova Zelândia, sua terra natal, e encontrei outro filme: uma película de terror mais desprezível que qualquer outra, tão ruim quanto o pior filme da Jennifer Lopez (e isso é realmente difícil), extremamente tosca, recheada de clichês pobres. Tudo isso pode defini-lo como um dos piores filmes de todos os tempos.
Mas, como o maior dos clichês românticos, o desprezo se torna admiração: o filme conseguiu me conquistar, mesmo com o tamanho exagero visual, seja este dos atores (péssimos, por sinal) ou da equipe técnica (responsáveis pelos efeitos de filme B). Em breve resumo, o filme trata sobre um filhinho de mamãe que, para proteger sua mãe após a mesma ser atacada por um macaco-rato raríssimo, decide escondê-la no porão. Porém, quanto mais ela vai piorando, mais “infectados” começam a surgir e a lotar seu porão. Isso culmina no final, com uma festança na mesma casa e um ataque desenfreado de zumbis ao protagonista e a sua parceira, Paquita, que unem suas forças a um liquidificador e um cortador de grama e passam a desmembrar qualquer morto-vivo que cruze o caminho; obviamente, ambos garantem o seu “felizes para sempre” sem os enfadonhos zumbis.
Dentre os clichês inevitáveis, existem “qualidades” que você jamais verá em outro filme de zumbi: um padre que luta kung-fu e arranca cabeças (até sua frase é antológica: “I Kick ass for the Lord”); o primeiro bebê zumbi com importância para a narrativa (se é que há alguma narrativa); e o maior banho de Sangue que o cinema já viu em toda a sua história. Após ver esse filme, só me veio uma coisa a cabeça: como Peter Jackson decaiu tanto? Sério, prefiro ver ele realizando filmes toscos como esse do que remakes de clássicos como King Kong.
E se um dia me pedirem uma indicação de filme tosco, mas que no fundo vale a pena assistir, tenha certeza que Braindead seria minha indicação certeira. Ele é o clássico “bom filme ruim”. Fato.
Robson Martins.
Fonte das imagens: http://whatthemovie.com/movie/braindead
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